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quinta-feira, 24 de maio de 2012

No mundo machista do rap, Nicki Minaj faz sucesso e abre as portas para uma nova geração nos EUA


Em agosto de 2010, com a canção Your Love, Nicki Minaj, 29 anos, se tornou a primeira artista feminina solo do hip hop americano a atingir o topo da parada Rap Songs - da revista Billboard - desde 2002, quando o mesmo feito foi alcançado por Missy Elliott com Work It. Um grande acontecimento, pois não, uma vez que, de todos os estilos da música pop da atualidade, o rap é o mais machista - nos Estados Unidos, os pais da cultura hip hop, ou em qualquer lugar.                                                 


A geração dourada das rappers femininas, como Missy Elliott, Lauryn Hill (que começou no grupo The Fugees), Eve e Lil’ Kim, teve seu apogeu há dez anos. A primeira década da era 2000 foi dominada pelos homens. Com a explosão de Nicki Minaj, as garotas estão voltando a fazer sucesso no rap americano. A diversidade agradece.  
Nascida em Trinidad Tobago e criada no Queens, bairro de Nova York, Nick Minaj - nome artístico de Onika Tanya Maraj - se transformou em queridinha do showbiz desde que o excelente álbum de estreia Pink Friday (2010) vendeu mais de dois milhões de cópias e seus bem produzidos videoclipes bombaram no YouTube.
Nicki Minaj é a maior revelação feminina do rap americano em dez anos
Não por acaso, a cantora foi chamada por Britney Spears para abrir shows da turnê Femme Fatalle e para o remix de Till The Word Ends; pelo onipresente DJ David Guetta para parcerias; e por Madonna, ainda antenada, para participar do disco MDNA (2012) e do videoclipe de Gimme All Your Luvin’, juntamente com M.I.A.

Com o seu segundo álbum, Pink Friday Roman Reloaded (Universal), Minaj tenta manter-se no topo com uma aposta arriscada: se aproxima do pop dance na segunda metade do repertório de 19 canções. O resultado da aproximação não é medíocre, mas passa a ideia, em alguns momentos, de que ela pode perder a identidade que a fez famosa, com  seus raps agressivos e metralhadora de palavrões.

No trabalho, que chegou ao topo das paradas dos EUA e da Inglaterra, em abril, Nicki Minaj assume o alter-ego Roman Zolanski, uma face sua que ela diz ser mais raivosa e que é personagem da música de abertura, o rap Roman Holiday. É tão maneiro quanto Come on a Cone e I Am Your Leader, com batidões fortes e bem irresistíveis.

Na parte pop de Roman Reloaded tem canções dançantes que poderiam estar num trabalho de Katy Perry, como Starship; ou num disco de Rihanna, como a balada Marilyn Monroe. Aliás, a diva sexy de Hollywood é uma das maiores influências de Nicki Minaj, que adora usar perucas loiras.

A letra é boa: “Posso ser egoísta/ Você é tão impaciente/ Às vezes, sinto-me como a Marilyn Monroe/ Sou insegura, sim, cometo erros/ Às vezes, sinto-me como se estivesse no fim da estrada/ Posso ficar triste, posso ficar triste/ Não sei que direção fica para cima/ Sim, posso ficar feliz, posso ficar feliz/ Como se eu nunca fosse descer/ Chame-me de amaldiçoada/ Ou só me chame de abençoada/ Se você não consegue lidar com o meu pior lado/ Você não conseguirá o meu melhor/ Foi assim que Marilyn Monroe se sentiu, sentiu, sentiu?/ Deve ter sido assim que Marilyn Monroe se sentiu, sentiu...”.
A questão da parte pop de Roman Reloaded parecer impessoal deve-se ao fato de que alguns dos seus produtores também trabalham com Britney Spears, Katy Perry, Ke$ha e Lady Gaga. É o caso de RedOne e Dr. Luke. A longo prazo, é melhor que Nicki Minaj fique mais perto de Drake, Lil’ Wayne, Nas e Chris Brown, que participam também do álbum. 

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